Meses após as notícias sobre o seu desenvolvimento, a série de comédia romântica Ninguém Quer foi lançada pela Netflix há alguns dias. E com uma trama que está conquistando o público, ainda assim a mesma conta com termos curiosos como é o caso de Shiksa.
Embora Noah descreva o termo “Shiksa” de maneira quase elogiosa, a forma mordaz com que Bina usa essa palavra ao longo da série Ninguém Quer levanta questões importantes sobre suas origens e significado real.
A nova série de comédia romântica da Netflix explora o mundo do Judaísmo, ao contar a história de Joanne, uma podcaster agnóstica, que se apaixona por Noah, um jovem rabino muito carismático. Apesar dos momentos felizes que passam juntos, os personagens que cercam o casal veem eles como algo improvável.
Enquanto a família de Joanne acha que ela deveria estar com alguém mais ousado, alguém que combinasse mais com seu estilo provocativo e beneficiasse sua carreira no podcast, a família de Noah insiste que ele deveria se casar com uma mulher judia. Desde o início da série, o termo “shiksa” é usado de forma pejorativa pela família do rabino. Mesmo com Noah tentando suavizar o significado da palavra, ela tem uma origem mais sombria e ofensiva.
Shiksa é um termo depreciativo para mulheres Não-Judias
Na série, Noah descreve “shiksa” como uma mulher não-judia, geralmente loira e atraente. No entanto, essa definição minimiza a conotação depreciativa do termo. A palavra deriva de “sheketz”, que, em hebraico, refere-se tanto à carne de animais impuros segundo o Torá quanto a algo impuro, manchado ou abominável.
O uso do termo tem sido objeto de desconforto para muitos escritores judeus. Evelyn Frick, em uma análise feita para o site Hey Alma, ressalta que, embora Noah tente suavizar o termo, ele ainda é amplamente considerado ofensivo. Outro exemplo é Lior Zaltzman, que compartilha sua repulsa quando ouve o termo, algo que, segundo ela, ainda acontece com frequência na série.
O uso do termo “shiksa” em Ninguém Quer é um ponto polêmico. Para algumas pessoas, pode parecer uma tentativa de subverter ou reapropriar uma palavra ofensiva, principalmente em comunidades de mulheres não-judias casadas com homens judeus. Mas, ainda assim, o peso negativo permanece. Além disso, frases como “Shiksas são para treino” perpetuam estereótipos danosos tanto para mulheres não-judias quanto para as judias, rebaixando-as.
O título da série quase foi Shiksa
Curiosamente, o termo “shiksa” quase se tornou o título da série. Adam Brody revelou no podcast Armchair Expert que a ideia original era esse nome, mas acabou sendo mudado para “Ninguém Quer”, em parte porque o público não estava familiarizado com o termo, o que teria dificultado o apelo entre espectadores judeus e não-judeus.
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