Fernanda Torres recebeu a primeira indicação ao Globo de Ouro de sua carreira por sua aclamada atuação em “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles. Sua indicação chega exatamente 25 anos depois de sua mãe, Fernanda Montenegro, ter sido reconhecida na mesma categoria por “Central do Brasil”, uma performance que levou a lenda do cinema a uma indicação ao Oscar.
Como Torres revelou em uma entrevista sobre sua nomeação esta manhã, essa conexão torna o reconhecimento ainda mais significativo.
“É muito emocionante pensar que isso é um reconhecimento da parceria que tenho com o Walter, de caminhar pelo mesmo caminho que minha mãe trilhou com ele há 25 anos, e a ideia de que o Brasil foi capaz de produzir gerações de pessoas criativas capazes de estar no mundo e falar sobre o Brasil novamente por meio do Walter, [que] é este grande, grande amigo e maestro, claro que é muito tocante, é inacreditável. É realmente inacreditável.”
Uma das categorias mais concorridas dos últimos anos
Fernanda Torres compartilha a categoria de Melhor Atriz em Drama com Angelina Jolie (“Maria”), Nicole Kidman (“Babygirl”), Tilda Swinton (“The Room Next Door”), Pamela Anderson (“The Last Showgirl”) e Kate Winslet (“Lee”).
Ao falar sobre suas concorrentes, Torres comenta: “É um ano incrível de atuações femininas incríveis. Acho que todas as indicações são incríveis. Estar junto com esse nível de performances, para mim, é muito orgulhoso.”
O reconhecimento é ainda mais especial por quebrar a barreira do inglês como a língua da categorias. “Falar em português é sempre uma barreira, claro”, reflete a atriz, acrescentando que sua nomeação é, portanto, “milagrosa, realmente”. O filme foi bem-recebido por organizações de premiação e grupos de críticos, garantindo não apenas a nomeação de Torres, mas também uma indicação a Melhor Filme em Língua Não Inglesa no Globo de Ouro.
Ele foi nomeado um dos cinco melhores filmes internacionais pelo National Board of Review e citado quatro vezes no Festival de Veneza, conquistando o Prêmio SIGNIS e Melhor Roteiro para Heitor Lorega e Murilo Hauser.
Chances reais para o Brasil
Enquanto participava do circuito de festivais, Fernanda Torres encontrou tempo para assistir a muitos dos filmes do ano. Ela é especialmente apaixonada pela performance de Marianne Jean-Baptiste em “Hard Truths”, de Mike Leigh, bem como pela atuação de Swinton em “The Room Next Door”, de Pedro Almodòvar, admirando como ela abordou o papel de uma maneira “tão direta, maravilhosa.” Ela também destaca Zoe Saldaña em “Emilia Pérez” e elogia “Nickel Boys” e “Anora”. A indicada ao Globo descreve o último ano no cinema como “um ano tão bom, como vinho.”
O diretor Salles ecoa seus sentimentos. “Os últimos dois anos têm sido anos de criatividade extraordinária no cinema, anos em que, em festivais como Cannes ou Veneza, não havia prêmios suficientes para tantos filmes excelentes, de fato”, comenta o cineasta.
Ele continua: “O que estamos vivenciando agora é a prova de que o cinema está vivo e bem, o cinema independente, e então você tem filmes extraordinários como ‘All We Imagine as Light’… assim como filmes maiores, feitos com orçamentos maiores, mas também extremamente criativos. Fazer parte dessa tendência criativa é realmente uma honra, e estamos muito humildes por isso.”
Confira o trailer de Ainda Estou Aqui:
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